
A gente soube da existência de Bom Jardim, “coincidentemente”, quando estávamos na Chapada das Mesas, em 2017. Foi num post de um blog, que, infelizmente, não lembramos o nome… mas gravamos bem o lugar, porque dizia, “Bom Jardim é mais que Bonito, é lindo!” (numa alusão comparativa à cidade sul mato-grossense de Bonito, famosa por seus atrativos naturais).
Pesquisamos um pouco e descobrimos que seria uma ótima dobradinha com a Chapada dos Guimarães. E foi assim que decidimos unir os dois destinos numa mesma viagem. Decisão acertada, porque permitiu um tempo adequado em cada lugar (considerando os dias que dispúnhamos), conhecendo boa parte dos atrativos, mas sem correria, como gostamos de viajar.
Há quem acrescente o Pantanal à dupla, formando um trio de destinos em uma mesma viagem. É uma questão de escolha e de tempo disponível. Pra nós, o Pantanal ficou pra uma outra ocasião.
A Vila de Bom Jardim é um distrito do município de Nobres, cidade da qual está a cerca de 60 km. É pequena (deve ter uns 500 habitantes), com ruas de chão batido e pouca infraestrutura; embora já conte com uma boa quantidade de “pousadas-agências”. E essa característica, mais rústica e original, deve ser alterada em pouco tempo, com o crescimento da demanda turística.

E Bom Jardim tem uma “virtude”: está bem pertinho dos rios de águas transparentes e demais atrativos que fazem a alegria dos viajantes. Assim, apesar de Nobres vir ganhando fama no mundo das viagens, é pra Bom Jardim que você deve ir, se quer conhecer as maravilhas da região.
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SOBRE A ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM E A ESTRUTURA DA VILA DE BOM JARDIM…
Quando decidimos juntar Bom Jardim à Chapada dos Guimarães, iniciamos as pesquisas pra ver o que fazer e onde ficar; mas não encontramos muitas informações e, por vezes, elas eram um tanto desencontradas.
E, quando fomos escolher a pousada pra fazer a reserva, descobrimos, então, a chave do “funcionamento” de Bom Jardim e seus atrativos.
Lá, as pousadas são também agências, essencialmente locais. Não sabemos se há alguma exceção, mas as que vimos trabalham assim. Então, em geral, você faz a reserva de uma quantidade de dias da pousada e vem junto, em sistema de “pacote”, uma quantidade de passeios, que vão preencher todo o seu tempo lá. Além disso, as pousadas trabalham em regime de meia-pensão ou pensão completa.
É possível fazer a reserva somente da hospedagem com café da manhã e comprar os passeios e as refeições à parte. Fizemos as contas e ficava mais caro. Daí decidimos comprar o pacote mesmo e não nos arrependemos.
Em Bom Jardim, para ter acesso aos atrativos, você precisa adquirir, previamente, um voucher, em uma das agências da Vila. Aí você pergunta: e se eu for direto ao atrativo sem ter comprado o voucher, não posso pagar no local? Depende. Há atrativos, como a Cachoeira Serra Azul, que, sem o voucher, você não chega nem a entrar na fazenda onde ela está localizada. Há outros, como o Balneário Estivado, que você consegue pagar no local. Na dúvida, achamos que é melhor comprar previamente o voucher, até porque, pelo que pesquisamos, o preço é o mesmo.
Pelo que soubemos, esse sistema é uma exigência da Prefeitura de Nobres, talvez para garantir cobrança de tributos, ou algo assim. Mas, seja como for, o sistema funciona, não complica a vida do turista e pode trazer, pra os agentes de turismo locais, a possibilidade de mapeamento da demanda pra cada atrativo, permitindo decisões mais embasadas de melhorias.
Nós gostamos dos passeios que foram inclusos no nosso “pacote” e houve flexibilidade para troca de um deles (excluímos um e incluímos outro), pagando a diferença de preço; bem como para troca de dia.
No nosso caso, o “pacote”, com certeza, permitiu que visitássemos mais atrativos do que faríamos se nós mesmos decidíssemos nossa agenda. Isso porque, em primeiro lugar, o pacote preencheu todo o nosso tempo de hospedagem na Vila, ou seja, tivemos agenda de passeios desde a tarde que chegamos até a manhã do dia de saída; e, em segundo lugar, porque, como estávamos já com os passeios pagos (não perguntamos sobre devolução no caso de não realização do passeio), acabamos indo pros atrativos em circunstâncias que, talvez, em outra condição, não tivéssemos ido. Explicando melhor. Nós chegamos na região junto com uma frente fria, que fez a temperatura cair. Houve manhã em que fazia 14ºC às 8h. Houve manhã de céu completamente nublado. Em outras situações, se nos deparássemos com essas condições, nós não sairíamos pra um passeio que envolvia “entrar na água”; mas, como havia a agenda… o passeio estava pago… acabamos indo… e não nos arrependemos! O aproveitamento do tempo foi o melhor possível.
Nós nos hospedamos na Pousada Rota das Águas, em sistema de pacote, com atrativos e café da manhã e almoço inclusos. A pousada é boa, no nível de simplicidade da Vila. E o que determinou a nossa escolha foi a agilidade e presteza que demonstraram (em especial, o atendente Diell), respondendo nossas dúvidas e providenciando a reserva. Nós começamos o processo de reserva, com uma outra pousada, mais comumente citada entre nos blogs de viagem; mas o atendimento não nos agradou; a resposta das mensagens era muito lenta; até hoje tem mensagem sem resposta…
Pousada Rota das Águas
Sobre as refeições… A Vila tem alguns restaurantes, que servem comida caseira (sempre incluindo peixe frito – às vezes ventrecha – e farofa de banana!); e umas poucas lanchonetes. Os restaurantes cobram R$30,00 por pessoa, em sistema de buffet. Alguns atrativos também tem restaurante, nos quais a refeição custa entre R$40,00 e R$45,00 por pessoa, no mesmo sistema. Quando você compra o pacote da pousada, recebe um voucher para comer, ou em um dos restaurantes da Vila ou em um dos atrativos, a depender do seu roteiro. O nosso pacote só tinha incluso o almoço. Nós almoçamos na Vila dois dias, no Restaurante 3 Irmãos. Em outros dois dias, almoçamos no restaurante do Aquário Encantado.
À noite, um ótimo lugar pra comer na Vila é a Lanchonete Lukinha (fica bem na via principal), que serve panquecas, sanduíches, pizzas, além de alguns aperitivos; não deixe pra ir tarde, porque as coisas fecham cedo na Vila!

Quando estivemos lá, a Vila contava com dois pequenos supermercados e não possuía caixa eletrônico; melhor providenciar levar dinheiro em espécie, pra as despesas pequenas. A pousada em que ficamos aceita cartão de crédito e débito. Sinal de celular é coisa rara e difícil, de forma que você vai contar, basicamente, com o wi-fi de sua pousada. A Lanchonete Lukinha também tem wi-fi. Tem posto de gasolina na Vila, mas o preço é mais alto.
Da mesma forma que na Chapada dos Guimarães, os passeios não incluem transporte. Assim, é importante estar de carro, não somente pra ter mais agilidade e escolha com relação ao tempo, como cremos que é uma opção mais barata.
À exceção da Cachoeira Serra Azul, você vai sozinho até o atrativo, entrega o seu voucher e lá, um guia local o acompanha no passeio.
Por fim, não é demais salientar que, quando estiver indo pra Bom Jardim (principalmente se está vindo de Cuiabá ou de Chapada dos Guimarães), esqueça as placas que indicam Nobres e siga as que indicam a Vila, isso vai economizar uns bons quilômetros. Não precisa passar por Nobres pra chegar a Bom Jardim; aliás, nós nem conhecemos Nobres!!
Ainda: o asfalto vai apenas até a Vila. De lá em diante, bem como pra todos os atrativos, são estradas de chão; mas que estavam em boas condições.
Ficamos dois dias inteiros, mais a tarde da chegada e a manhã da saída, e foi um tempo ótimo. Mas, se quiser ficar mais, além dos passeios que fizemos, a região oferece outras opções de flutuação (Refúgio Água Azul, Vale das Águas), de descida de boia (Boia do Juca, Boia Estância da Mata), tirolesa (Refúgio Água Azul), trilha (Complexo Akaiá), banho (Balneário Estivado)… Segundo o pessoal da Rota das Águas, existem diversos atrativos fechados na região (pra recuperação, ou outros motivos), a exemplo de cavernas; e há previsão de início de funcionamento de dezenove atrativos até o final do ano de 2018.
Sobre os passeios que fizemos em Bom Jardim, falaremos a partir do próximo post…
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* Este não é um post patrocinado. O espírito do blog é de narrar histórias e experiências, de forma que esse escrito reflete unicamente a opinião dos autores.
**Viagem realizada em junho de 2018. Valores informados também correspondentes a junho de 2018.