EVERGLADES NATIONAL PARK – NATUREZA PRESERVADA (E SELVAGEM) PERTINHO DE MIAMI

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As planícies alagadas e gramadas, características do Everglades

O Everglades National Park é o terceiro parque nacional americano (perdendo apenas para o Death Valey e o Yellowstone) e está localizado na Flórida.  Os antigos nativos americanos que viviam ali o chamavam de Pa-Hay-Okee, ou ‘água gramada’, por causa da grama fina que recobre o pântano, a “sawgrass”.

O Everglades possui uma característica interessante: foi o primeiro a ser criado para proteger um ecossistema frágil, os terrenos pantanosos do sudoeste da Flórida, que abrigam o maior ecossistema de pântanos do hemisfério ocidental, habitat de variadas fauna e flora. Muito embora a presença humana na região date de milhares de anos, por volta de 1882 planejou-se drenar a água para trabalhar a terra para uso agrícola. Com o processo de drenagem observou-se a crescente degradação e desaparecimento dos Everglades; até que, em 1934, o parque foi criado para proteger o ecossistema.
Hoje, o parque é designado como Reserva Internacional da Biosfera, um Pantanal de Importância Internacional e um Patrimônio da Humanidade, reconhecido pela UNESCO.
Pelo menos um milhão de pessoas de todo o mundo visitam os Everglades a cada ano.

E, para acessá-lo, existem três entradas principais: o Gulf Coast Visitor Center, mais próximo de Naples e ao sul da cidade de Everglades; a área de Shark Valley, que pode ser acessada pela US 41 (também conhecida como Tamiami Trail); e o Ernest F. Coe Visitor Center, a sede principal do parque. É importante mencionar que as três entradas são tão distantes que não são interligadas. O parque tem cerca de um milhão e meio de acres (cada acre equivale a 4 mil metros quadrados)… por aí, a gente tem uma ideia do tamanho…

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O parque possui diversas trilhas, que podem ser percorridas a pé e de bicicleta. Há, ainda, a possibilidade de um passeio na água, com os airboats (a gente vai falar desse passeio na parte final do post).
Nós nos hospedamos em Miami, numa parada apenas pra conhecer esse parque; ficamos bem próximo do aeroporto, já que seriam apenas duas noites, porque depois seguiríamos em direção às Florida Keys.
O hotel atendeu ao necessário e a região possui opções de alimentação, como pequenos restaurantes. O nosso escolhido foi o Ihop, pra uma comida rápida e prática, à noite.
Já no aeroporto, alugamos um carro, com o qual iríamos para o Everglades e, depois, para as Florida Keys.

No dia de ir ao parque, acordamos cedo, tomamos café e pegamos estrada. Fomos em direção à entrada de Shark Valley, porque queríamos fazer a trilha até o mirante, uma torre de observação de 13 metros de altura.

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A Torre de Observação do Shark Valley

O acesso ao parque é bem sinalizado e fizemos o percurso de cerca de 56 km até a entrada do Shark Valley em cerca de uma hora, pela Tamiami Trail.
O valor da entrada varia com o tipo de veículo usado. Carros de passeio pagam U$30, num ticket que pode ser usado em sete dias consecutivos, contados da compra. Demais preços, podem ser consultados neste link.  Em dias de maior movimento, principalmente nos finais de semana, pode haver fila na entrada; melhor chegar cedo!
Nós pegamos uma pequena fila, mas logo estávamos estacionando o carro.

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Então, alugamos bicicletas (o aluguel é por tempo, mas não lembramos o preço), com que iríamos percorrer os 24 km da trilha que passa pelo mirante. A trilha é circular e não tem “atalhos” pra voltar.

Há quem diga que a grande atração do Shark Valley é o seu mirante, uma torre de observação de 13 metros, com visão privilegiada de 360 graus.

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E o lugar é realmente impressionante… a extensão verde que se perde no horizonte…

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Mas o que nos levou ao parque foi, justamente, a curiosidade de estar bem perto dos jacarés que vivem na região do parque, em seu habitat natural. A gente é daqueles que não curtem animais em cativeiro, ou atividades similares. Já aconteceu? Já. Mas, hoje em dia, sempre que possível, a gente procura locais onde é possível ver os animais onde eles vivem.

E, no Everglades, os animais estão à solta… muitas aves, tartarugas… e muitos, muitos jacarés, na água, na estrada… pra todo lado…

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Você pode perguntar: não é perigoso? Cremos que não, se forem respeitadas as regras estabelecidas pelo parque, para segurança dos visitantes, especialmente no que diz respeito à distância mínima a ser mantida, bem como ao não perturbar os bichinhos…

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E, então, munidos de nossas bicicletas, seguimos pra essa pedalada, entre jacarés e pássaros, tartarugas, observando essa paisagem tão incomum pra nós.

 

Durante a trilha, é possível parar sempre que se queira, embora não existam árvores que façam sombra, pela própria característica da vegetação do ecossistema. E é importante levar água e lanche, porque não existe lugar pra adquirir, durante a trilha, apenas no centro de visitantes (quando estivemos lá, o centro de apoio, que existe no mirante, não estava funcionando). Como a trilha é circular, as bicicletas vão, quase sempre, na mesma direção, o que facilita a pedalada, principalmente pra os que não são usuários frequentes de bicicleta (como eu!).

É interessante mencionar que o acesso ao mirante pode também ser feito num tram, um trenzinho, movido a biodiesel, que sai de 2 em 2 horas do centro de visitantes e custa U$25/pessoa, salvo engano. E tem guarda-parques percorrendo a trilha todo o tempo, no tram e de bicicleta, inclusive pra ajudar os que não conseguirem completar a trilha, ou tiverem problema com a bicicleta, por exemplo.

No começo da trilha, é preciso ter cuidado porque tem muita gente caminhando, em número que vai diminuindo à medida que nos aproximamos do mirante. E também tem os bichinhos, que, às vezes, resolvem tirar um cochilo bem no meio da estrada…

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É uma experiência muito interessante, estar imerso naquela paisagem tão distinta das que conhecemos… a uma distância (geográfica) tão pequena de Miami, mas, ao mesmo tempo, numa distância tão grande em termos de experiência… com tantos animais por perto…

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Já na parte final da trilha…

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O dia estava ensolarado, embora não muito quente (era novembro). E foi um bom desafio percorrer os 24 km da trilha… ao final, estávamos cansados, mas não exaustos. O céu foi encobrindo à medida que o dia avançava, mas ainda partimos pra um outro passeio, de airboat

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Mamãe (ou papai) com filhotinhos, já perto do Centro de Visitantes

Apesar de ser um passeio mais “turístico”, é possível ter uma melhor experiência, se souber escolher bem onde realizá-la. Existem inúmeras empresas, em sua maioria espalhadas pela US 41 (a Tamiami Trail, que é uma continuação da Calle Ocho), que atravessa o Everglades. A gente preferiu evitar as que oferecem o chamado “show de jacarés”, onde o “apresentador” enfia a cabeça dentro da boca do jacaré e coisas do gênero. Queríamos algo mais “tradicional” e, seguindo indicação do @topensandoemviajar, escolhemos a Buffalo Tiger, que é administrada pelos descendentes do chefe indígena da tribo Miccosukee.

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O passeio custa U$27,50 por pessoa e acontece dentro da própria reserva indígena. O barco faz um barulho grande, mas eles oferecem protetores auriculares que amenizam o desconforto.

Como fomos já pra o final da tarde (passamos boa parte do dia na trilha de bicicleta), acabamos indo apenas nós no barco.

E foi uma experiência bem interessante, navegar por aquela imensa planície alagada, por entre a vegetação que parecia uma grama crescida no meio da água… e perceber a forma como o guia descobria os locais em que os jacarés estavam e os chamava pra perto do barco, fazendo um barulhinho com a boca.

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O passeio na Buffalo Tiger ainda conta com uma parada na antiga aldeia Miccosukee, onde é possível ver algumas estruturas antigas da aldeia (e pensar que os indígenas viviam ali… no meio do pântano, caçando, pescando… vivendo!), e percorrer uma pequena trilha suspensa naquele ambiente. Informações no link.

 

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O airboat em que fizemos o passeio
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A área alagada ao redor da aldeia

Se quiser ver imagens desse passeio, é só visitar os destaques das stories, no nosso perfil no Instagram: @porquesomosdomundo.
E, terminado o dia de aventuras, pegamos estrada de volta a Miami. Uma noite de descanso nos esperava, antes que seguíssemos em direção às Florida Keys…

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* Mais informações sobre o Everglades National Park no link.

** Este não é um post patrocinado. O espírito do blog é de narrar histórias e experiências, de forma que esse escrito reflete unicamente a opinião dos autores.

*** Viagem realizada em novembro de 2018. Valores informados também correspondentes a novembro de 2018.

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