URUGUAY – UM ROTEIRO DE VIAGEM, COMEÇANDO POR MONTEVIDEO

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Montevideo vista da Fortaleza del Cerro

A ideia de ir ao Uruguay já existia faz tempo. Muitos amigos e amigas tinham ido até lá e falado muito bem. Até tínhamos tentado uma vez, mas o preço das passagens aéreas fez desanimar. Até que dessa vez os bilhetes estavam por um preço decente… lá fomos nós!

Planejamos uma viagem de carro, pra ter mais liberdade de parar e estar nos lugares que queríamos, mas reservamos previamente as hospedagens, até por conta de algumas pousadas específicas que gostaríamos de conhecer.

O roteiro traçado foi Montevideo – Carmelo – Colonia del Sacramento – Punta del Este – Laguna Garzón – Montevideo.

Agora, já tendo vivido a experiência e descoberto lugares novos, o roteiro seria diferente, considerando o tempo da viagem que fizemos… um pouco menos tempo em Colonia… um dia, ao menos, em Piriápolis… menos tempo em Punta… e, quem sabe, uma esticada até Cabo Polonio… Piriápolis deu pra conhecer, mas Cabo Polonio vai ficar pra uma outra oportunidade (quem sabe?!).

Chegamos a Montevideo num final de tarde de sábado.

No aeroporto mesmo, alugamos um carro, que já tinha sido previamente reservado. Curioso que o agente da locadora não aceitou a PID, solicitando a carteira de habilitação brasileira. Bom, então, ficar atento… melhor levar as duas, porque não sabemos se foi específico da locadora que escolhemos, a Avis. O procedimento de aluguel foi simples; mas é bom prestar bastante atenção pras condições do carro, pra não ter surpresas na hora de devolver.

Ainda no aeroporto, fizemos câmbio; mas a cotação lá é a pior possível. Felizmente, trocamos bem pouquinho… só pra não sair sem nada…

Ah… e durante a viagem trocamos os pesos sempre por real; a moeda “brazuca” tava valendo a pena!

Não alugamos GPS; baixamos os mapas off line do Google Maps e funcionou perfeitamente.

No caminho pro hotel, já passamos num supermercado (Disco®), pra comprar lanches e água. Lá também tem casa de câmbio e aí trocamos um pouco mais. A taxa estava beeeeem melhor (!!)

Pagamos a maior parte dos gastos com cartão de crédito: os hotéis, porque não gostamos de viajar com muito dinheiro em espécie; os restaurantes, porque pagando em cartão a gente tem a devolução automática do IVA… falando em IVA, tivemos devolução também nas compras em supermercado… é só realizar o pagamento com cartão de crédito internacional, que o desconto é imediato.

Em Montevideo, optamos por ficar no centro porque uma parte considerável das atrações que queríamos visitar ficava lá, na Ciudad Vieja; além disso, de carro, poderíamos ir pra região das praias, onde seria fácil estacionar (o que talvez não valha pra o contrário… estacionar no centro da cidade).

Em Montevideo, nos hospedamos no Hotel London Palace. Ele é um hotel antigo, no centro da cidade, mas que tem uma coisa que, pra nós, que estávamos com carro, era essencial: garagem. Além disso, estava bem próximo da Ciudad Vieja e tinha um preço honesto. O quarto precisava de uma remodelada, principalmente nas cortinas; mas nada que atrapalhasse, principalmente pra uma hospedagem de poucos dias. O café da manhã seguiu o padrão do país. Um detalhe: o hotel tem um bebedouro disponível pros hóspedes, facilidade pouco comum…

Passamos dois dias em Montevideo… No primeiro, amanheceu um belo dia de sol.

Começamos indo conhecer a Fortaleza del Cerro (ou Fortaleza General Artigas). Fomos lá, não por qualquer interesse militar, mas pelas belas vistas de Montevideo, já que a fortaleza, como o nome diz, fica no alto de um cerro (colina), o ponto mais alto da cidade. Pela localização privilegiada é um verdadeiro mirante da cidade.

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Montevideo vista da Fortaleza del Cerro

Ela fica afastada da cidade, de forma que seu acesso fica um tanto prejudicado quando se está sem carro (pelo que lemos antes da viagem, o transporte público não para muito perto e a região ao redor da fortaleza não é exatamente convidativa). A beleza que se vê lá de cima, vale o passeio; de carro, é um trajeto curto, uns vinte minutos a partir do centro da cidade.

A paisagem que se vê da fortaleza é linda! Num primeiro plano, temos a zona portuária e, mais adiante, o restante da cidade. Deve ter uma vista muito bonita no pôr do sol; mas nós estivemos lá no final da manhã, o que dá uma certa contraluz para as fotos da cidade. Assim mesmo, valeu a pena!

A fortaleza hoje abriga um museu militar (o museu General Artigas), com armas, fardamentos e informações sobre a história da cidade. A entrada custa 60 pesos (salvo engano). Funciona de quarta a domingo, das 10h às 18h, no verão, e das 10h às 16h, no inverno.

Saindo da fortaleza, voltamos bordeando a baía de Montevideo, no rio da Prata, e fomos para o Parque Rodó.

Localizado em frente à Playa Ramírez e com extensão de 43 hectares, o parque é um dos espaços verdes mais amplos da cidade. Tem lago, pedalinho, parques de diversões, um castelo, museus… O parque é bem grande, mas visitamos basicamente a área do lago e demos uma volta na feira que acontece aos domingos, onde se vende, principalmente, roupas e artesanatos. Sentimos falta de barracas de comidas; na área da feira tinha apenas um trailer de panchos (cachorro-quente).

O parque fica aberto todo o tempo, todo o ano.

Ainda atravessamos a avenida pra ir até a praia, mas, com fome, fomos ao shopping Punta Carretas pra almoçar e aproveitar pra conhecer esse espaço inusitado: o shopping foi construído onde funcionava uma penitenciária, preservando muito da estrutura original, principalmente da entrada principal.

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Praia em frente ao Parque Rodó

A penitenciária, construída no início dos anos 1900, foi fechada em 1987; sendo reaberta, como shopping, em 1994, num projeto de reciclagem o arquiteto uruguaio Casildo Rodríguez e o argentino Juan Carlos López, autor da Galerias Pacifico de Buenos Aires.

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Shopping Punta Carretas

Ficamos pouco no shopping; apenas o suficiente pra comer uma comida mexicana e descansar um pouco.

Seguimos, então, em direção às praias, pelas Ramblas, que são os calçadões à beira mar. Passamos pelo Castillo Pittamiglio, uma construção deveras curiosa, espremida entre os prédios da orla de Montevideo.

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Continuamos pelas Ramblas, pela Playa de los Pocitos, onde fica o famoso letreiro com o nome da cidade e fomos até o Puerto del Buceo. Paramos em alguns pontos e fizemos pequenas caminhadas. Na região do letreiro tinha muita, muita gente… tarde de domingo e preparativos pra algo que parecia ser um show… No Puerto del Buceo estava bem tranquilo… famílias sentadas na grama, crianças brincando, grupos tomando mate… cenas que ficaram como tipicamente uruguaias.

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Puerto del Buceo

Voltamos pelas Ramblas e fomos até Punta Carretas, assistir ao pôr do sol na região do farol. É possível subir no farol, mas ficamos embaixo mesmo, na beira do rio… nós e uma infinidade de pessoas…

E assim terminou o dia de passeios…

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Pôr do sol em Punta Carretas

Dia seguinte, amanheceu novo dia claro.

Decidimos iniciar nossos passeios pelo centro da cidade, indo até o mirante da prefeitura. O Mirador Panorámico da Intendencia de Montevideo, situado no último andar do prédio da prefeitura, a 87 metros de altura, e dá uma das vistas mais completas da cidade, em 360º. Pra chegar ao mirante, descemos umas escadas, à direita do hall de entrada o prédio e, ao fundo, está um elevador, antigo e também panorâmico, que nos leva ao último andar do prédio, todo cercado de vidros, que permite uma observação bem segura. No dia em que estivemos lá o vento estava muito, muito forte; tanto que tivemos que descer por um elevador interno, porque o outro teve de ser fechado, por conta da ventania.

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Intendencia de Montevideo

Lá em cima tem banquinhos, pra sentar e apreciar a vista, além de uma lojinha de souvenirs.

O mirante funciona diariamente e é gratuito. Mais informações nesse link.

Montevideo vista a partir do Mirador da Intendencia

Saindo da prefeitura, fomos andando pelo centro da cidade, admirando as construções históricas. Muitos prédios, muito bonitos. Passamos pela Fuente de Los Candados, que fica ao lado do Bar Facal, na Avenida 18 de Julio. A história é curiosa: os donos do bar, tentando dar uma fisionomia mais “turística” ao lugar, decidiram instalar, na esquina, uma fonte de pedra vulcânica, que haviam trazido do México; para protegê-la, puseram uma tela ao redor; então, começaram a aparecer cadeados na tela, até que ela toda está coberta, tornando, sim, a fonte em um atrativo turístico.

O bar tem ainda uma curiosidade em sua calçada, ao lado das mesas: uma estátua do cantor Carlos Gardel, talvez o mais famoso intérprete de tango da história, que, segundo alguns estudiosos, teria nascido em Tacuarembó, no interior do Uruguay (outros dizem que nasceu na França).

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Fuente de los Candados

Passamos por uma filial da Librería Mas Puro Verso, que já nos encantou…

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Librería Mas Puro Verso

Seguindo pela 18 e Julio, passamos, também pela Plaza de Cagancha, pelo Palacio Santos (sede do Ministério das Relações Exteriores do Uruguay), e fomos até a Plaza Independencia, que limita a Cuidade Vieja com o centro novo e onde estão o mausoléu do Gal. Artigas (herói uruguaio), o Palacio Salvo (um edifício de arquitetura eclética que, com seus 27 andares, foi, por muito tempo, a torre mais alta da América do Sul (tem visitas guiadas para em seu interior; informações na Fanpage), o Palacio Estévez (sede do governo uruguaio), o Teatro Solís e a Puerta de la Ciudadela (parte que resta da muralha que cercava a cidade de Montevideo e que foi demolida em 1829).

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Plaza de Cagancha

Plaza Independencia, com Palacio Salvo

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Puerta de la Ciudadela

Tínhamos interesse em conhecer o interior do Teatro Solís, todavia, não foi possível, pois nos dias em que estivemos lá não aconteceram espetáculos e os horários das visitas guiadas, reduzidos por ensaios no domingo. Nos contentamos com fotos do exterior e uma pequena visita ao hall de entrada. Informações no link.

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Teatro Solís

Seguimos, então, pela Peatonal Sarandí, onde passamos pela matriz da Librería Mas Puro Verso, um lugar mais que charmoso, encantador para os amantes da leitura; e que conta com um restaurante (lotado!) em seu interior.

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A linda Librería Mas Puro Verso

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Mais alguns metros e estávamos na Plaza Constitucion, onde fica a Catedral de Montevideo. Ali, muitos restaurantes disputam a clientela. Nós seguimos por uma rua perpendicular, seguindo um aviso que estava na calçada e acabamos encontrando um restaurante vegetariano delicioso, com comida por quilo: Hotei Fo (Calle Ituzaingó, 1331).

Devidamente alimentados, seguimos em direção às Ramblas. A região entre a Plaza Constitucion e as Ramblas é bastante deserta, embora fosse uma segunda-feira.

Chegando na rambla, tivemos ideia do que estava o vento (na verdade, já tínhamos sentido não apenas na Prefeitura, como comentamos, mas também nas ruas… o vento estava nos levando, em frente ao teatro… difícil até de caminhar): era tanto que agitava as águas do rio de uma forma, que as ondas batiam na mureta, ultrapassavam o calçadão e cobriam os carros estacionados ao longo do meio-fio. Achamos que não seria confortável caminhar pelas ramblas com todo aquele vento (e a região também não tinha atrações interessantes) e resolvemos retornar em direção ao centro.

Passamos pelo Mercado del Puerto, onde hoje funcionam muitas lojas de produtos típicos e artesanato, além de restaurantes, essencialmente de parrilla. O local cheira a fumaça.

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Mercado del Puerto

Saímos e fomos pra um loja de artesanato, o Mercado de los Artesanos Ciudad Vieja  (que tem outra filial na Plaza de Cagancha), onde é possível encontrar produtos diferentes e realmente produzidos no Uruguay.

Fizemos umas comprinhas e seguimos caminhando na direção do centro. Uma parada pra um café, acompanhado de um brownie maravilhoso (com cristais de sal), no La Farmacia Café (Calle Cerrito 550), que funciona nas instalações de uma antiga farmácia, mantendo móveis e utensílios de época, e serve um ótimo café, perfeito pra repor energias num dia de caminhada. A dica foi do blog Viver Uruguay, que tem ótimas indicações e informações sobre o país, especialmente sobre Montevideo.

Cafe de la Farmacia (ou La Farmacia Cafe)

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Continuamos em direção ao centro, passando novamente pela Plaza Independencia, fazendo muitas fotos e admirando a arquitetura da cidade.

Fomos, então, ao Mercado de la Plaza (a outra unidade do Mercado de Los Artesanos), comprar mais umas coisinhas.

Finalizamos o dia e nossos passeios por Montevideo, comendo um chivito, no que talvez seja a mais famosa rede de chiviterías (também cervecería, pizzería…) do Uruguay (pensando, principalmente, em lanches típicos): La Passiva. Comemos, é claro, um chivito… e o “negócio” é gigante e acompanhado de muita batata frita. Pedimos um pra nós dois e não demos conta… rsrs…

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Chivito do La Passiva

E assim terminam nossas andanças por Montevideo.

Nos próximos posts, as outras paradas do roteiro.

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* Este não é um post patrocinado. O espírito do blog é de narrar histórias e experiências, de forma que esse escrito reflete unicamente a opinião dos autores.

** Viagem realizada em novembro/dezembro de 2017.

*** Valores informados para novembro/2017.

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