A ELEGANTE CIDADE DE OSLO (E COMO A NORUEGA CRUZOU O NOSSO CAMINHO)

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Em algum momento da viagem, alguém perguntou: quando começou o interesse de vocês pela aurora boreal?… olhamos um para o outro e não soubemos responder exatamente…

O que está na nossa lembrança é que, cerca de dois anos atrás, quando estávamos visitando o Canadá, vimos uma postagem que falava que, naquele dia, havia condições de avistamento da aurora lá; e que, pesquisamos um pouco mais e resolvemos que voltaríamos ao Canadá com esse propósito…

Ocorre que muita coisa mudou desde então… nesses dois anos, procurando por mais informações, nos deparamos com o site de Daniel Japor, brasileiro que trabalha levando grupos de brasucas com o objetivo de ver a aurora boreal, no Alaska e na Noruega. Conjugando as datas em que os grupos saíam com nossas férias, o Alaska foi prontamente preterido em favor da Noruega, que se apresentava como uma oportunidade de conhecermos a Escandinávia, o Círculo Polar Ártico…

Assim é que decidimos nos juntar ao grupo de outubro de 2017, que, com a assessoria direta da Geotrip, partiria para a Noruega pra tentar ver a aurora boreal… não sem antes termos que refazer planos e datas, por conta da suspensão da emissão de passaportes aqui no Brasil, já que o nosso anterior venceria antes que pudéssemos acompanhar o grupo de setembro, nossa primeira opção, justamente por causa do frio.

E aqui cabe dizer que o frio era um de nossos medos, por assim dizer. A aurora boreal é vista em regiões muito próximas ao Círculo Polar Ártico, ou na área dele próprio; e, até onde sabemos, mais entre o outono e o inverno no hemisfério norte. Isso significa, juntando latitude e estação do ano, temperaturas sempre muito baixas, incluindo abaixo de zero. Por isso pensamos em ir em setembro, ainda final de primavera, mas quando já é possível a visualização do fenômeno, justamente pra podermos estar com temperaturas entre 10° e 15°C.

Acontece que, como mencionamos, não pudemos viajar em setembro. Aí pensamos: tudo bem… outubro está bem, não é tão frio assim… a temperatura média é ao redor dos 8°C… e assim fomos… e a temperatura foi bem menor, ao redor do zero grau, chegando a -10°C, (medida por termômetro de mercúrio), durante o dia, quando estivemos na Finlândia (sim, a viagem teve uma esticadinha até o território finlandês).

E já que estaríamos na Noruega (tão longe!) e o roteiro pra buscar a aurora boreal era essencialmente no interior do país, acrescentamos uns dias na capital, Oslo.

……

Estivemos em Oslo em dois momentos, por pouco menos de quatro dias, ao todo; antes e depois do roteiro pelo interior da Noruega. E foram dias intensos, numa cidade elegante, que combina muito bem arquiteturas antiga e moderna…

Nesse post vamos tentar descrever um pouco das nossas experiências em Oslo, deixando os dias no interior, buscando a aurora, para um outro post.

……

Chegamos a Oslo num início de noite de sábado, depois de uma longa viagem que tinha iniciado na tarde da sexta-feira.

De cara, nos deparamos com um lindo aeroporto e com conexão direta, de trem, para o centro da cidade.

Pegamos o trem e, em meia hora aproximadamente, estávamos na Estação Central. A pé mesmo chegamos ao nosso hotel e sobre ele falaremos mais em outro post. A região é “cheinha” de delicatessens, restaurantes e lanchonetes, de forma que não foi difícil encontrar um lugar pra comer… compramos sanduíches e café e comemos no hotel mesmo, porque o cansaço era grande… Então, uma bela noite de sono, nos preparando pras emoções e descobertas dos dias seguintes…

……

No nosso primeiro dia na capital da Noruega, saímos caminhando… estávamos com cerca de 8ºC, num dia nublado.

O centro de Oslo concentra boa parte das suas atrações, de forma que é perfeitamente possível, com um pouco de disposição, conhecê-las a pé.

O hotel em que nos hospedamos estava a uma quadra da Karl Johans Gate, a principal via do centro, que é, em parte, destinada a pedestres e liga a Estação Central ao Palácio Real.

Caminhamos, admirando as fachadas dos prédios e a beleza do outono, que traz junto o amarelado das folhas das árvores.

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Karl Johans Gate

Seguimos pela Karl Johans Gate, passamos pela Catedral de Oslo, pelo Parlamento, pelo Teatro Nacional e pela Universidade de Oslo, até chegar ao Palácio Real.

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Catedral de Oslo

O Palácio Legislativo fica na Eidsvolls Plass, onde também fica o Grand Hotel, uma espécie de Copacabana Palace de Oslo, famoso por ser onde todos os premiados com o Nobel da Paz se hospedam. É na Eidsvolls Plass, caminhando em direção ao palácio real, que a rua deixa de ser somente para pedestres.

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Teatro Nacional
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Universidade de Oslo

O Parlamento e o Palácio Real Palácio Real tem visitas guiadas, que permitem conhecer o seu interior. Ocorre que não pudemos fazê-las. O Palácio Real somente oferta essas visitas de junho a agosto e o Palácio Legislativo tem suas visitas reduzidas no outono e inverno (no outono de 2017, era apenas aos sábados e não estivemos em Oslo em um sábado).

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Parlamento norueguês

Embora não tenha sido possível visitar o interior do Palácio Real, caminhamos bastante por seus belos jardins, abertos ao público. Aí é curioso ver também o movimento dos guardas do palácio, que executam algo como uma “coreografia”, a intervalos regulares de tempo.

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Palácio real norueguês e seus jardins
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Os guardas do palácio em sua coreografia

Nos jardins do palácio pegamos um pouco de chuva, que não nos desanimou… decidimos, então, ir conhecer o Nobel Peace Center, que fica na Aker Brygge.

O Nobel Peace Center é a sede do comitê norueguês do prêmio e também um museu dedicado à história do sueco Alfred Nobel, da premiação e dos ganhadores do Nobel da Paz, desde o primeiro ano, em 1901. É um espaço muito interessante… e nos faz viajar nas mentes e corações dessas pessoas especiais e que fizeram, e fazem, a diferença na humanidade.

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Nobel Peace Center

Saindo do Nobel Peace Center, almoçamos fish and chips, num food truck.
Caminhamos um pouco pelo Aker Brygge, uma espécie de píer/porto e calçadão, na borda do fiorde. Como a chuva persistia, decidimos entrar no Museu de Arte Moderna (Astrup Fearnley Museum of Modern Art). É uma visita interessante, especialmente por causa da arquitetura dos prédios (o museu se divide em dois prédios, um em frente ao outro).

Astrup Fearnley Museum of Modern Art

Saindo do museu, a chuva tinha diminuído, mas o dia continuava nublado.

Fomos, então, em direção ao prédio da Prefeitura, uma construção com tijolos vermelhos e detalhes dourados na fachada, decorada com algumas esculturas, onde acontece a cerimônia de entrega do Nobel da Paz. A entrada para conhecer o prédio é gratuita (mas ele já estava fechado), e também é possível fazer um passeio guiado pelo local, mas apenas no verão.

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Prefeitura de Oslo

A noite rendeu ainda umas fotos…

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Grand Hotel

……

Dia seguinte, amanheceu um lindo céu azul!
O passeio escolhido foi a Akershus Slott og Festning, uma junção de fortaleza e castelo medieval, cuja construção iniciou-se em 1299, no reinado de Håkon V. Foi erguido como proteção para Oslo, mas foi também usado como residência real e prisão. Tem uma localização estratégica, na borda do fiorde (Oslofjorden), o que lhe dá uma vista privilegiada, importante na época de uso como defesa, e encantadora hoje para passeios turísticos; lá se destaca, também, uma grande área verde que o circunda. A fortaleza oferece visitas guiadas, mas não a fizemos (é preciso verificar os horários).

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A caminho da Akershus Slott og Festning
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Akershus Slott og Festning
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Akershus Slott og Festning

Fomos para a fortaleza a pé mesmo… e de lá, depois de muito caminhar pela sua linda área, tirando centenas de fotos, voltamos na direção do Aker Brygge, pois o céu azul pedia fotos do lugar, com uma vista linda do fiorde, dos barcos e do próprio museu de arte moderna.
Almoçamos por ali mesmo, num food truck, uma espécie de cachorro quente, todo diferente, ao estilo norueguês.

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Bela vista do fiorde, a partir da fortaleza
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Prefeitura de Oslo, no caminho para a Aker Brygge
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Aker Brygge em dia de sol…

Dali, partimos em direção à Ópera de Oslo (Operahuset). O prédio cheio de ângulos, erguido (literalmente!) na borda do Fiorde de Oslo, é a sede da Ópera e do Ballet da Noruega. A construção moderna, de 2008, atrai muitos visitantes, turistas e moradores, pela sua beleza e pela possibilidade de subir até o terraço, de onde se tem uma linda vista do porto e do fiorde; além de ser um maravilhoso local para ver o pôr do sol. Nesse dia, apenas visitamos o foyer (já não era mais hora de visita guiada e havia um evento privado no local) e, com o céu já um tanto nublado, tivemos somente ideia de como é o pôr do sol por lá.

E, ainda teríamos que ir até o aeroporto, pois encontraríamos o grupo a que nos juntaríamos para buscar a aurora boreal, em um hotel vizinho, pois voaríamos cedinho para a cidade de Svolvær, onde começaria a expedição. Pegamos novamente o trem da NSB e lá fomos nós! As emoções dessa expedição, num próximo post.

……

Retornamos a Oslo, depois de nossa expedição pelo interior do país, buscando a aurora boreal, e chegamos num início de tarde meio nublado e frio. Fomos novamente de trem do aeroporto ao centro e nos hospedamos no mesmo hotel.
Optamos por ir fazer a visita guiada da Ópera, pra conhecer o prédio por dentro. A construção parece mais surpreendente ainda quando vamos caminhando pelas salas, corredores, oficinas e palcos e temos conhecimento dos números por ali: os detalhes fogem agora, mas, ao que lembramos, são centenas de pessoas trabalhando ali, movimentando o mais importante centro de artes cênicas da Noruega, produzindo belíssimos espetáculos; a estrutura comporta, salvo engano, a encenação de três espetáculos diferentes e simultâneos, graças aos seus sistemas de palcos, guindastes e outros recursos; as áreas de produção de figurino e cenários são gi-gan-tes-cas; é espetacular! Uma pena que não é permitido fotografar… as imagens ficam apenas na lembrança, mas é uma visita que seguramente vale a pena!

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Ópera de Oslo (também na foto que abre esse post)

Interior da Ópera de Oslo

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Escultura flutuante em frente à Ópera de Oslo, chamada “Ela Mente”, feita de aço e vidro, criada pela italiana Monica Bonvicini, como uma interpretação tridimensional da pintura de Caspar David Friedrich, “The Sea of Ice” (Das Eismeer).

Almoçamos lá mesmo, no café da Ópera.
Enquanto fazíamos a visita à Ópera, o céu limpava… e, quando saímos de lá, estava lindamente azul. Pensamos, então, em ir, a pé, até o Ekeberg Park, um dos parques de esculturas de Oslo. Nos parecia perto. Saímos contornando o fiorde… ocorre que, a uma certa altura, encontramos obras no caminho que nos obrigariam a uma caminhada maior que o planejado… além disso, pelo que percebemos e pedimos informação, a entrada do parque fica num pequeno (o Ekeberg) e já era meio da tarde…
Continuamos caminhando meio sem destino certo, passando pelo Cais de Sørenga, e acabamos parando no Middelalder-parken, um pequeno parque, construído no ano 2000, que guarda algumas ruínas, como as da St Mary’s Church, cuja construção inicial é do ano 1050.

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Cais de Sørenga e suas inúmeras gruas
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Middelalder-parken
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Ruínas da St Mary’s Church

Depois de muita caminhada, passando por uma região cheia de construções, conhecida como Barcode, cheia de prédios com arquitetura diferente (a maior concentração de gruas por metro quadrado da cidade… rsrs…), voltamos pra assistir ao pôr do sol na Ópera de Oslo. E ainda finalizamos o dia com uma caminhada pelo centro…

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Barcode, com (também) suas muitas gruas
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Pôr do sol, visto a partir da Ópera de Oslo

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……

No último dia inteiro que teríamos em Oslo, fomos conhecer o Vigeland Sculpture Park.
Ele fica um pouco afastado do centro da cidade (3 km), por isso, fomos de metrô.
O Parque Vigeland (Vigelandsanlegget) não é propriamente um parque (embora seja assim conhecido), mas uma área que fica situada no Parque Frogner, que contém uma instalação permanente de esculturas criadas por Gustav Vigeland, entre 1924 e 1943. São 212 esculturas em bronze e granito, o que faz dele o maior parque de esculturas de um único artista do mundo. Vigeland não só criou todas as esculturas, mas também desenhou o parque, incluindo a arquitetura do jardim, pontes, fontes e recintos. Mas ele nunca pôde desfrutar de seu parque completo, já que todas as esculturas só foram colocadas no parque em 1950, sete anos depois de sua morte.

As esculturas são de figuras humanas, despidas, expressando toda a sorte de sentimentos, emoções e relações. “Essas esculturas são estudos sublimes do corpo humano em toda a sua gloriosa simplicidade – homens e mulheres, jovens e velhos – e examinam as relações humanas.” (In: https://theculturetrip.com/europe/norway/articles/vigeland-humanity-in-the-world-s-largest-sculpture-park/). A mais famosa delas é o Monolito, que, como o nome diz, foi esculpida em um único bloco de granito, de 46 pés de altura, com 121 figuras, umas enlaçadas nas outras,que parecem escalar e lutar para chegar até o topo.

 

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Esculturas do Vigeland Sculpture Park, incluindo o “Monolito”

O parque é, seguramente, a maior atração turística de Oslo, recebendo mais de um milhão de visitantes por ano.
E nós chegamos lá numa linda manhã de céu azul, embora fria. E fomos nos encantando com o parque e suas linhas, com as cores do outono, com as esculturas… enquanto passeávamos, fazendo muitas fotos, o céu foi encobrindo, até estar totalmente branco.

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Fomos, então, pra o  Museu da Cidade de Oslo. Localizado no sul do parque, ele ocupa uma casa senhorial de uma antiga propriedade do bairro de Frogner e conta a história da cidade; além de apresentar exposições temporárias. Almoçamos no café do museu e entramos para conhecer. A entrada é gratuita e o horário de funcionamento pode variar com as estações do ano; quando estivemos lá, estava aberto das 11h às 16h.

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Museu da Cidade de Oslo

Quando saímos do museu, o céu voltava a estar azul… Algumas fotos mais e voltamos pro hotel, andando, apreciando as ruas de Oslo… afinal, era nosso último dia na cidade. No dia seguinte, voltaríamos ao Brasil.

……

Oslo é uma cidade encantadora, elegante! Combina maravilhosamente bem sua arquitetura antiga, com traços contemporâneos e arrojados. É uma cidade tranquila e segura, de pessoas atenciosas (que param na rua pra saber se você precisa de ajuda). Saímos de lá com a clara sensação de que a nossa decisão de incluir, na viagem, alguns dias em Oslo (inclusive, pagando pra remarcar passagem de avião) foi acertada.
O lamento ficou por conta do pouco tempo que passamos lá. A cidade é riquíssima em parques, museus, que tivemos pouco tempo pra aproveitar. Pra quem for lá (inclusive nós, quando voltarmos… rsrsrs… quem sabe?!), fica a dica de alguns museus e parques:
→ o Norks Folkemuseum (museu da cultura norueguesa e um dos maiores museus a céu aberto do mundo);
→ o Viking Ship Museum (com barcos encontrados em sepulturas vikings… eles enterravam os barcos! );
→ o Kon-Tiki Museum (um museu de barcos e expedições;);
→ o Polar Ship Fram (museu sobre pesquisas e expedições, incluindo polares, e que abriga o “Fram”, o navio de madeira mais forte já construído, para navegar nos extremos norte e sul do planeta).
Estes museus estão situados na região de Bygdøy, do outro lado do fiorde, com melhor acesso por ferry.
Tem, ainda, o Museu Histórico e a Galeria Nacional, no centro de Oslo; o Museu Vigeland, no Frogner Park; ainda o Ekeberg Park, também um parque de esculturas… isso para citar algumas atrações.
É uma cidade que seguramente demanda mais tempo…
A dica é, ainda, se quiser conhecer melhor, procurar ir mais próximo do verão (embora essa estação não seja adequada para a aurora boreal… depende da escolha de cada um…). Isso porque, como mencionamos no relato de nossos dias lá, muitos lugares, como o Palácio Real, só abrem para visitação, no verão, e outros tem seus horários de visita bastante reduzidos.
Saindo de Oslo, há passeios maravilhosos, como os de trem para Bergen; ou dirigir de carro pelas estradas cênicas da Noruega, conhecer Reines…
A nossa conclusão é: a Noruega é um país lindo, muito, muito além da aurora boreal!

 

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* Este não é um post patrocinado. O espírito do blog é de narrar histórias e experiências, de forma que esse escrito reflete unicamente a opinião dos autores.

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